Já se passaram 34 anos da passagem do tornado que devastou cinco cidades no estado de São Paulo, mas para a família das 15 pessoas que perderam suas vidas, é como se fosse ontem. Tudo aconteceu em uma segunda – feira (30) de setembro de 1991. Era 18h30 e o céu começou a escurecer e um vento forte tomou a cidade de Itu. Segundo os meteorologistas da época, tratava – se de um tornado e na escola Fujita, que mede a intensidade dos tornados e vai de F-0 a F-5, o que passou pelo município foi classificado como F-3. Quem estava pela rua procurou abrigo em comércios, casas de pessoas desconhecidas. A solidariedade naquele dia falou mais alto. Mesmo assim, o fenômeno jamais visto em todo o Estado de São Paulo causou muita destruição: foram 15 pessoas mortas e dezenas de feridos. Na época, um ônibus fretado para o transporte de universitários de Salto que tinha como destino a Faculdade de Direito de Itu (Faditu), capotou e foi levado a 200km da pista causando a morte de dez estudantes. Carros foram arrastados, móveis, telhados, animais que estavam no pasto foram encontrados mortos a quilômetros de distância. Fios da rede de energia elétrica foram arrancados. Milhares de famílias ficam sem luz, e consequentemente, sem água. Um condomínio de alto padrão também foi destruído. A força do vento foi tão grande que o teto de um posto de combustíveis foi levado. Para os mais velhos, tratava – se do fim do mundo. Duas pessoas da família Cassimiro morreram: uma criança de cinco anos e um adulto após o telhado de uma casa em um sítio localizado no Bairro Cruz das Almas desabar. Os corpos foram encontrados no dia seguinte. Para acionar o Corpo de Bombeiros para fazer o resgate de feridos era uma tarefa difícil, pois o telefone não funcionava e nem todos tinham linha fixa em casa. Devido à catástrofe, o prefeito Sérgio Prévidi decretou estado de calamidade pública e solicitou recurso para o Luiz Antônio Fleury Filho, Governador do Estado. Foi enviado um montante de Cr$ 200 milhões para obras emergenciais. O único meio de comunicação na época era a extinta Rádio Convenção. Várias emissoras de televisão e rádio entravam em contato com o radialista Reinaldo Sbrissa, o popular Dudu Maravilha para atualizar a situação. Por conta da grande demanda, os corpos foram velados de forma coletiva no ginásio de esportes Dr. Novelli Jr e o no velório municipal, que ficava na Praça Conde de Parnaíba. Além de Itu, Cerca de 450 mil residentes permaneceram sem acesso à energia elétrica, contando municípios vizinhos como Indaiatuba, Cabreúva e Salto. O fenômeno pegou todos os moradores de surpresa, em seguida “varreu” tudo o que havia em uma faixa de 30 quilômetros de comprimento por 400 metros de largura, indo da Rodovia do Açúcar (SP-308) até a Serra do Japi. Um obelisco de 100 toneladas foi tombado e carros foram encontrados a 700 metros do local de onde estavam. O cenário foi de tristeza e destruição.